quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O CORTE E A COR DA TEMPORADA

 O que faz um corte ou uma cor de cabelo bombar, apaixonar as mulheres, transformá-las em fãs? Ainda não sei. As tendências pairam no ar, alguém capta, leva as passarelas, aos personagens de novelas, às fotos, e... lá está!

É um pulo para que apareçam mulheres loucas para copiar a diva, a estrela, a top que estreou o tal cabelo, a tal cor. Neste momento em que as passarelas mostram as coleções de inverno antecipam-se também as tendências que poderão – ou não – despontar na temporada mais fria.

No momento em que escrevo rolou apenas o Fashion Rio no Brasil. Novidades? Quem esperou algo de inusitado acabou se decepcionando. 


Enquanto Thais Araújo, em seu atual papel na tevê, arranca ais e ohs da maioria das mulheres de cabelos encaracolados, assumindo seu étnico com luzes sugestivamente aplicadas, o desfile de Maria Bonita Extra mostra, de forma emblemática, como as tendências podem ser antagônicas, ou, simplificando, tão diferentes quanto a água e o vinho: as tops desfilaram cabelos absolutamente repuxados, grudados, ou, em sua maioria, vieram com a cabeça encimada por um chapéu western de abas moles.

Na verdade, gorros, casquetes, e chapéus foram a tônica do Fashion Rio, que teve um único momento-libelo com Mara Mac: a coleção foi inspirada na roupa dos pescadores nórdicos, e, portanto, em mares gelados e acinzentados. 


Resultado: o cabelo recebeu um toque gris. Isso me lembrou a falsa polêmica que algumas revistas levantaram no último ano sobre deixar ou não os cabelos grisalhos, sem coloração alguma, como se assumir o cabelão branco fosse a última reserva moral da verdadeira mulher.

Meu instinto básico é rir das tendências muito marcadas, muito estereotipadas. Como professor de visagismo da Anhembi-Morumbi acho que o cabelo e a cor que melhor combinam com você exige mais do que olhar as telas das tevês atrás do cabelo da novela ou da passarela. O melhor é aquele que combina com seu estilo de vida, com seu trabalho, com a pessoa que você é entre quatro paredes. As variáveis, na verdade, são muitas.

Mas sou flexível também: apenas mantendo o olhar aberto para o mundo e todas as tendências, por mais pop-rock-glam exóticas que sejam, é possível aprender, criar ou adaptar. E a beleza de todas só ganha com isto.


Robson Trindade

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